quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Mágoas de uma QUASE intelectual revoltada.

O " Era só uma menina..." não tem uma proposta informativa, vocês sabem. Mas assistindo um telejornal, consegui me irritar. A reportagem falava sobre os quadros roubados do MASP.
Quando os quadros foram transferidos de Ferraz de Vasconcelos para o MASP, cem homens da polícia civil fizeram a escolta. Cem homens e um helicóptero, aliás.
Então, o jornalista do programa que eu assistia, quando ouviu a quantidade de homens para a escolta, ficou revoltadíssimo. Ele alegava que a polícia civil não faz esse mesmo trabalho de segurança para a população paulistana.
Vejam bem, eu sou paulistana. Amo cada canto de São Paulo e sei que a segurança é precária mesmo. Porém, acho que o papel de um jornalista é muito importante e sério. E esse jornalista, conduziu muito mal a opinião dele estando em rede nacional. É muita coisa mesmo. Mas e a importância dos quadros? E o MASP? Perderam-se na revolta dele.
Infelizmente - os patriotas que me perdoem - o Brasil é composto por pessoas de maioria ignorante. O que aparece na TV altera diretamente o pensamento dessas pessoas. Aí, o Sr. jornalista, começa a reclamar da escolta e se esquece que reclamar é uma coisa que o brasileiro já faz por natureza.
Então, a Naninha aqui, é obrigada a ouvir quando sai , que esses quadros não têm valor. Gente, como assim ? São quadros de Portinari e Picasso. E o valor deles, não está na quantidade de zerinhos que eles possuem. Eles carregam história e isso não tem preço.
Eu não sou conhecedora de arte, muito menos de história. Não sou nenhuma mini gênia. Apenas acho que São Paulo é uma cidade muito rica culturalmente e que o papel jornalístico, além de informar, é também o de colaborar para o crescimento intelectual brasileiro, ressaltando as qualidades que temos.
Já sabemos que há falha na segurança, que tanto a prefeitura quanto o governo do estado são absurdamente relapsos. Mas reclamar não resolve.
Temos o MASP, a Pinacoteca, Museu do Ipiranga e muitas outras coisas banhadas de cultura e história, que contribuem para o enriquecimento do brasileiro. Sim, afinal, a única verdadeira riqueza permanente é o conhecimento.
Então, já que o cabeça de bagre do jornalista fez uso da democracia para falar abobrinhas, me sinto no direito de dizer o que penso também.
Parabéns aos que ajudaram na busca das obras. Elas enobrecem São Paulo e o Brasil também. São patrimônio mundial!
Quanto aos meus leitores lindos, não deixem de frequentar exposições, museus, galerias... Há coisas lindas pra se ver.

Obrigada por me " ouvirem". São as mágoas de uma curiosa e leiga, porém apaixonada por arte e todo o mistério que há nela.

Beijos,
Mariana

13 recadinhos:

Johnny M. disse...

o primeiro comentário é meu!!! Que honra!!! :D Vc está certissima em sua revolta. Pra um brasileiro ignorante, valioso é novo cd do Belo e o show do Calypso. Esse povo não tem noção de história e de patrimônio cultural. Alias não têm noção de nada, caso contrário não jogariam lixo no chão, não depredariam o patrimônio público e nem votariam nos ratos em que votam. Eu odeio o Brasil.

Elsa Villon disse...

Ética à parte, quem foi o autor do infeliz comentário?

Ele reconhece a relevância história do Portinari na cultura/arte/e até mesmo na política do Brasil no começo do século passado?

Isso não é jornalismo. Primeiro porque jornalista não opina. Não dessa forma. O termo é "ser éticamente imparcial".

Segundo que 100 policiais há sim nas ruas de São Paulo. Mas olha o tamanho da cidade. Precisamos de mais, claro, mas de nada iria adiantar mudar a posição desses 100 naquele exato momento.

Terceiro que esse panaca deve ter cabulado aulas na faculdade e no colégio. Se ele tivesse de fazer um livro sobre a vida de Portinari ou até mesmo uma releitura da obra de Picasso, iria saber que mais do que o preço, o valor das obras é inestimável.

Gostei do post menina.
Esse pseudo jornalista merece a fogueira!!!!!!!!!

Elsa Villon disse...

Poxa, eu quase fui o primeiro comentário...

Heitor disse...

Discordo do que você disse. Veja bem, se formos analisar direitinho o que o jornalista disse, em nenhum momento ele menosprezou a importância das obras e muito menos o MASP. A meu ver, ele só chamou a atenção para esse absurdo.

Eu intendo que o jornalismo deveria ter como a principal finalidade a imparcialidade. Mas não é isso que acontece; principalmente nesses programas sensacionalistas, onde o apresentador faz de tudo para conseguir audiência.

http://emcolapso.blogspot.com

Anônimo disse...

Retribuindo a visita!
Olha tenho a mesma opinião do amigo Heitor. Você não imagina o quanto eu gosto das obras de Portinari e Picasso, mais daí a 100 policiais serem deslocados para protegerem obras de arte é sinal que esta muito ruim mesmo as coisas por aqui não acha?
Viva a proteção da vida! Só depois a da Arte!

(E eu não sou gótico não... meus textos são uma mistura de segunda geração romântica com neo-contemporâneo. Não nego influencia gótica, mas não são de fato góticos, alias não gosto nem de classificá-los, pois acho que quando você classifica algo você limita e eu acho a limitação um castigo)

Cordiais abraços do amigo Lucas Queiroz – Wuoy vooM

Stephany Belleza disse...

A maioria do pessoal soh sab reclamar mesmo...
O pior é os que se conformam...

Por um lado ateh entendo o jornalista, deve ver tanto absurdo todo dia, que uma hora a gente estafa...

muito lindo teu blog!!

Abraço

Ninguém disse...

Bem, não acho que o comentário do jornalista tenha sido um pecado! Afinal de contas a situação é realmente essa, mesmo que apenas reclamar não resolva mesmo o problema! Lógico, a atenção dos quadros foi um tanto desviada, mas acho que nao foi perdida! Em todo caso fica dificil dar minha ideia a respeito do assunto se nao vi a entrevista!

Minga disse...

Teve até gente orgulhosa por ter ocorrido um crime genial aqui no Brasil.
AHEIh
Eu desentendo essas pessoas.
São patrimônios mesmo e, quanto vem pra cá, são roubados.
AEHUh, mas já tá tudo bem!
Não se irrite tanto, Naninha! Há tanto jornalista se expressando mal.

BeijO!

Ah, e sobre a pergunta que deixou lá, talvez eu não seja romantico, talvez eu apenas não seja bonito.

Minga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Minga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fábio Melo disse...

(sobre um certo comentário acima)Para começar, ter preconceito com Calypso, Belo ou qualquer outro artista de qualquer tipo é imbecilidade. Música também é patrimônio, seja pagode ou brega.Sendo produzido aqui, é patrimônio nacional. Se defender arte pintada pode, arte musical também pode. Preconceito é coisa de gente imbecil.

Enfim, Mari, pega leve com os jornalistas vai =] Esse aí teve um lapso de responsabilidade. Eu sou bonzinho! Prometo!

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MH disse...

Aff, você me surpreende a cada parágrafo....Masssssss, eu pegaria o comentário do jornalista, colocaria dentro de uma moldura e exporia como o retrato a ignorancia do nosso povo...triste.

Fábio Melo disse...

MH, não me crucufica não cara! Sou jornalista também =]

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